sábado, 25 de julho de 2020

6 Filmes que têm a sala de aula como plano de fundo e histórias inspiradoras

Esta postagem é sobre filmes! E a ideia me veio após assistir Escritores da Liberdade. Apesar de ser de 2007, só o vi um dia desses. Fui realmente impactada pela produção, e por causa disso, comecei a pensar no quanto os filmes que têm uma temática que toca na relação professor e aluno mexe comigo. A reflexão levou-me a listar seis filmes que gostei muito e que são desse tipo. Eis aqui algumas razões para esse apreço.   

A sala de aula toca muito minha história de vida. Sempre gostei da escola. Fui professora por alguns anos. Esse ambiente sempre foi querido para mim. Na escola, teoricamente, você entra de um maneira e sai mais enriquecido, a cada dia uma novidade te espera, te encontra, te toca. Muitos dos valores do ser humano são construídos dentro de uma sala de aula, ou deveria ser assim. Por ser processo, a beleza do que acontece nesse lugar, é contemplada em períodos curtos ou longos, envolvendo diferentes áreas do conhecimento. Lá você também se encontra com o outro, e tem a chance de se relacionar com os mais variados tipos de pessoas. 

Nos últimos meses as escolas estão fechadas por causa da situação pandêmica em que estamos inseridos, a solução temporária adotada pelas escolas e universidades foi o ensino online, que no Brasil, é inacessível para muita gente pela falta de condições de equipamento e internet. Realmente uma tristeza! Além disso, teve até um ciclone destruindo instituições de ensino no sul do país recentemente! Porém, acredito que não são essas as maiores ameaças contra o poderoso processo de aprendizagem. O que mais deveria nos preocupar é que o potencial de transformação pessoal e social que este lugar oferece está sendo mitigado, pouco desenvolvido.

De quem é a culpa? Não tenho a intenção de apontar ninguém aqui. Quero somente comentar alguns aspectos desses filmes que me emocionaram e me fizeram pensar no quanto seria fantástico se essas intervenções acontecessem realmente, e com mais frequencia. 

Escritores da Liberdade e Mentes Perigosas tratam, por exemplo, da relação entre os alunos. A transformação que a educação gera ali é de tolerância, de menos preconceito com o outro. O professor, como um mediador e facilitador de um processo reflexivo, contribui para que aquelas pessoas que nutrem uma aversão umas pelas outras, encontrem um caminho de diálogo. Os problemas entre os alunos são por motivos diversos, mas independente das razões para o ódio, é proposta uma razão para a fraternidade. Esse novo modo de ver o outro beneficia a todos, cria um ambiente agradável em que os personagens sentem-se mais seguros para ser quem são e para buscar melhores condições de vida. 

Em A Corrente do bem, um menino leva tão a sério o projeto proposto pelo professor de ter uma ideia para mudar o mundo que coisas extraordinárias começam a acontecer, principalmente com os que estão mais próximos dele. A confiança de Trevor acaba movendo o comovendo sua mãe, seu professor, um rapaz que mora na rua, e por meio deles, um contágio de gestos de bondade com o outro se espalha!

Mudança de Hábito 2 trata mais especificamente da contribuição que a música pode trazer como via para o aumento da auto estima dos alunos e crescimento do interesse em aprender e se desenvolver. Aqueles jovens que não acreditavam em si e que corriam o risco de não ter mais um lugar para estudar, ganham um novo sentido a partir do reconhecimento de suas capacidades e envolvimento com a tentativa de manter a escola aberta. 

Sociedade dos Poetas Mortos tem um lugar especial no meu coração! Ele trata, dentre outras muitas coisas, de algo que considero muito importante: ser autêntico! O professor John Keating ajuda seus alunos a saírem de uma prisão comportamental e começarem a pensar, a sentir. Sorriso de Monalisa também traz uma quebra de paradigmas na vida das personagens que começa a emergir por causa das reflexões propostas pela professora. Aqui, os tabus do que significa ser uma mulher casada dentro do contexto das alunas é confrontado. Os dois filmes trazem exemplos de resultados positivos e negativos que a ebulição de novas perspectivas traz a vida dos personagens.

Isso foi apenas um brevíssimo e superficial comentário sobre cada uma dessas produções. Mesmo porque não quero ficar contando o filme todo! Mas posso dizer que em todos eles há um cultivo de esperança que me encanta. Sempre há pessoas que não acreditam na mudança, na melhora. Sempre há problemas nos sistemas e desafios sociais que ultrapassam a simples boa vontade humana. Mas a construção de uma relação cheia de sentido consigo, com o outro e com o mundo, pode gerar um impacto surpreendente. É belíssimo ver a esperança nascendo e tomando forma na vida dos personagens, trazendo brilho ao olhar, fomentando a capacidade de sonhar e buscar realizar algo bom.

Afinal, como é importante a educação, o conhecimento e o processo de relação e construção de valores que existe potencialmente numa sala de aula! E como ele realmente não deveria ser negligenciado por ninguém! Quando essa extraordinária potência não se torna ato, todo mundo perde! 

Registro aqui meu desejo e minha prece para que a esperança, o conhecimento, a sadia relação e a transformação de vida nunca saiam da sala de aula, ou melhor, que elas estejam sempre lá, e saiam de lá para afetar e melhorar o indivíduo e o mundo.

Segue a lista, por ordem de lançamento, dos filmes citados com suas respectivas sinopses para quem se interessar.

1. Sociedade dos Poetas Mortos (Dead Poets Society) – 1989

Direção: Peter Weir

Em 1959 na Welton Academy, uma tradicional escola preparatória, um ex-aluno (Robin Williams) se torna o novo professor de literatura, mas logo seus métodos de incentivar os alunos a pensarem por si mesmos cria um choque com a ortodoxa direção do colégio, principalmente quando ele fala aos seus alunos sobre a "Sociedade dos Poetas Mortos".

2. Mudança de Hábito 2: Mais Confusões no Convento (Sister Act 2: Back in the Habit) – 1993

Direção: Bill Duke

Deloris Van Cartier (Whoopi Goldberg) agora é uma cantora famosa e retorna a São Francisco para ajudar suas amigas freiras. Sua missão é dar aulas de música para adolescentes rebeldes que estudam em um colégio barra-pesada da vizinhança. Para piorar, o local corre o risco de ser fechado.

3. Mentes Perigosas (Dangerous Minds) – 1995

Direção: John N. Smith

Uma ex-oficial da marinha abandona a vida militar para ser professora de inglês. Só que logo na primeira escola em que começa a lecionar, ela vai se deparar com diversas barreiras. Sendo um colégio de negros, latinos, e na maioria de pessoas pobres, ela terá que lidar com a rebeldia dos alunos. Como a professora Louanne Johnson não consegue através de métodos convencionais a atenção da sua classe, ela parte para outra forma de ensino. Passa a dar aulas com karatê e músicas de Bob Dylan, tentando ajudar a turma através de métodos pouco convencionais.

4. A Corrente do Bem (Pay It Forward) – 2000

Direção: Mimi Leder

Eugene Simonet (Kevin Spacey), um professor de Estudos Sociais, faz um desafio aos seus alunos em uma de suas aulas: que eles criem algo que possa mudar o mundo. Trevor McKinney (Haley Joel Osment), um de seus alunos e incentivado pelo desafio do professor, cria um novo jogo, chamado "pay it forward", em que a cada favor que recebe você retribui a três outras pessoas. Surpreendentemente, a idéia funciona, ajudando o próprio Eugene a se desvencilhar de segredos do passado e também a mãe de Trevor, Arlene (Helen Hunt), a encontrar um novo sentido em sua vida. 

5. O Sorriso de Mona Lisa (Mona Lisa Smile) – 2003

Direção: Mike Newell

Katharine Watson (Julia Roberts) é uma recém-graduada professora que consegue emprego no conceituado colégio Wellesley, para lecionar aulas de História da Arte. Incomodada com o conservadorismo da sociedade e do próprio colégio em que trabalha, Katharine decide lutar contra estas normas e acaba inspirando suas alunas a enfrentarem os desafios da vida.

6. Escritores da Liberdade (Freedom Writers) – 2007

Direção: Richard LaGravenese

Em Escritores da Liberade, uma jovem e idealista professora chega a uma escola de um bairro pobre, que está corrompida pela agressividade e violência. Os alunos se mostram rebeldes e sem vontade de aprender, e há entre eles uma constante tensão racial. Assim, para fazer com que os alunos aprendam e também falem mais de suas complicadas vidas, a professora Gruwell (Hilary Swank) lança mão de métodos diferentes de ensino. Aos poucos, os alunos vão retomando a confiança em si mesmos, aceitando mais o conhecimento, e reconhecendo valores como a tolerânica e o respeito ao próximo.

Sinopses retiradas do site: adorocinema.com

sexta-feira, 10 de julho de 2020

Uma homenagem ao Dia da Pizza

Não sei você, mas eu poderia dizer que uma das melhores coisas que existe é sentar ao redor de uma mesa partilhando o alimento e a vida com pessoas queridas. Concorda?

Outro ponto que eu gostaria de ressaltar é como esse momento, infelizmente, tem se perdido na correria da rotina diária e na nossa dificuldade em lidar com o mundo virtual, na nossa tendência de ficarmos presos nas telas dos smartphones. Poucas coisas podem ser tão analógicas do que esse papo descontraído e fico pensando que é realmente um desperdício não vivê-lo com a importância que ele tem.

Pois bem! Se você está lendo isso agora, saiba que existe um motivo muito nobre que fez com que essa reflexão sobre as refeições de cada dia fosse levantado. Essa motivação foi a Pizza. Isso mesmo, a pizza! Afinal hoje é dia dela! Segue um pouco da história para você entender esse dia de festa:

Dia 10 de julho. Dia em que celebramos o Dia da Pizza no Brasil. A Pizza tem seu dia por causa de um concurso que deu tão certo que o secretário de turismo da época acabou escolhendo o dia do encerramento do evento, 10 de julho, como data oficial de comemoração. A Pizza é um dos alimentos mais consumidos no mundo, e sua origem é tão antiga que há diferentes opiniões sobre os primeiros a fabricarem a redonda. Egípcios, Hebreus, Chineses? Não se sabe exatamente, mas foram mesmo os Italianos a produzi-la da maneira que conhecemos hoje e que a tornaram popular em todo mundo. Quase o mundo inteiro conhecia a pizza no final do século XIX. E até a própria palavra “pizza” causa divergência quanto ao seu sentido e origem, e mais uma coisa interessante sobre ela, é seu caráter intraduzível, uma palavra intraduzível: O que é pizza? Pizza é pizza! Pizza é pizza aqui e em qualquer lugar. 

Nesse dia da redonda vale pensar nesse momento tão especial de estarmos reunidos para saboreá-la e conferir quanto sabor há em ouvir o outro, sorrir com o outro. No breve histórico acima você viu que a Pizza é: mais antiga do que se pode confirmar; que muitos povos já cozinhavam algo parecido, fazendo com que se torne complicado dizer quem a inventou; e que a palavra pizza é universal e intraduzível. É sobre esses três pontos que vamos falar.

Eu amo pizza! Porém, mais do que apreciar essa delícia, posso dizer que amo esses momentos em que paramos para dar um pouco da nossa vida para o outro e receber o tesouro da presença dele. Na mesa vale assuntos sérios, assuntos aleatórios, e aqueles só para rir mesmo; vale partilhar segredos, crescer no conhecimento do outro, aprender algo novo; e sair daquele momento enriquecido com a partilha, renovado na alegria de não estar sozinho nesse mundo e desejando o melhor àqueles que dividiram a mesa e o alimento com você, levando a vida do irmão para a sua oração.

Partilhar é algo vital! O ser humano precisa falar e precisa ouvir, não fomos criados para o isolamento. E se formos pensar em quem, onde, quando, essa tradição de sentar ao redor da mesa para tomar as refeições começou, vamos achar uma série de teorias, sem uma comprovação. Isso poderia levar-nos à conclusão que desde sempre, houve esta inclinação natural à estar com o outro, enquanto comemos. Mesmo não sabendo quando isso começou e quem inventou.

Partilhar é algo universal! Todas as nações, em todas as línguas, com as peculiaridades de cada cultura, todo mundo, de alguma forma, se reúne com aqueles que fazem parte da sua vida, ao redor de uma mesa para comer e para conversar. Esse momento é compreensível no mundo inteiro, funciona em todas as línguas!

Ou seja, tudo a ver com a Pizza! Que neste dia 10 de julho você consiga tirar um tempinho para viver essa experiência de partilha. Ninguém sabe quando começou, nem quem inventou, mas essa coisa de sentar matar a fome e sair da mesa edificado com a vida do outro, é universal e intraduzível e pode fazer a diferença no seu dia hoje e na sua vida para sempre! Mas se não der hoje, não se preocupe, todo dia é dia de pizza e também de partilha!


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A PIZZA! Como eu a amo resolvi republicar este texto que escrevi ano passado. Ele ainda não estava aqui no blog. Abaixo está o link da publicação original.