domingo, 13 de junho de 2010

Pensando na "Vida"

Estava pensando sobre a “vida”... Mas que grande clichê! Bom, e não parou por aí, pensei também que todo mundo que pensa, pensa na “vida”.

E se todo “ser pensante” pensa na “vida”, que pensamento é esse que gira em círculos e para no mesmo lugar? Então pensei... Será que não sabemos pensar?
Isso tudo me levou a uma conclusão que desejei no íntimo do meu ser que fosse errônea. Se é fato que todo mundo que pensa, está pensando na “vida”, então a conclusão é que o ser humano atual não está pensando... Mas como pode ser? Não existe “vida” sem pensamento... E olha a “vida” se intrometendo nessa frase.

Hoje tive um ótimo dia! Sabe aqueles dias que te inspiram, que te fazem enxergar objetivos, possibilidades? Enfim, conversei muito, falei, ouvi... E quando digo que o ser humano de hoje não está pensando, é observando o aspecto global, social. Não queria e nem conseguiria classificar aqui as pessoas, individualmente, mas vamos imaginar que houvesse duas filas: uma com “pessoas que pensam” e outra com “pessoas que não pensam”, qual estaria mais cheia?

Vejo muito automatização, muita facilidade, muita praticidade... E até que ponto isso é benéfico? A sociedade segue padrões, condiciona, e massifica coisas que deveriam ser altamente pessoais.

Eu tenho um amigo que diria nesse momento, fazendo suas habituais perguntas retóricas, sem omitir e até verbalizando a pontuação: O que quer dizer a expressão, abre aspas, “Todos iguais, mas uns mais iguais que os outros”, fecha aspas. Ele continuaria dando alternativas, sempre divertidas, para possíveis respostas à pergunta.

E eu me questiono sobre outros pontos! Somos mesmo todos iguais? Como isso pode ser possível? Será que a massificação social nos mutilou tanto, a ponto de seguirmos piamente essa afirmação?

Onde está o seu diferencial? O que te faz ser realmente você, e não uma tentativa de replicar o outro? Quem é o outro que estamos querendo copiar?

Pensando na “vida”, resolvi encontrar esse meu diferencial, que talvez, ou certamente, não seja algo grandioso que vai achar a cura para uma doença ou acabar com a fome mundial. Falo do diferente que impulsiona a querer ser mais, a querer satisfazer-se e com isso cumprir magistralmente o meu papel social. Certamente todos nós temos o nosso papel nessa “vida”, e o que será que causaríamos se realmente começássemos a desempenhá-lo? Algo bom, imagino! Porém diferente causando assim, certa necessidade de decisão. Sabemos que decisões, mudanças e o fato de lidar com o diferente não é nada simples, mas isso é outra história...

No momento ser eu mesma para mim, por mais redundante que o termo possa soar, é estar escrevendo. Por isso vejo no “ser você mesmo” grande função social. Para entender esse ponto vista, explico como cheguei até aqui. O que me fez levantar da minha cama às 2h30 da manhã de 12 de junho, foi uma conversa com uma amiga que soube ser ela mesma. Está aí! Ser autêntico motiva as pessoas, impulsiona, mas de maneira muito positiva, sabe por quê?

Porque o “ser massificado” prega em sua atitude e palavras o tão conhecido condicionamento, que por pregar a praticidade, fugacidade, e imediatismo contemporâneos, induzem o povo a entrar na fila “pessoas que não pensam”, por mais que não se deva classificar.

O outro ser, aquele que é “ele mesmo”, abre os horizontes, desenterra aquela vontade de pensar e de verdadeiramente ser, que existe nas pessoas. O seu movimento de ser você mesmo pode desencadear emoções, sensações e atitudes que talvez nem conheçamos ou imaginemos as verdadeiras proporções.

Tenho um amigo que diz que o mundo está carente de “modelos”, e eu concordo! De fato, “modelos” não faltam, mas estes que existem aos montes não estimulam a liberdade de pensamento, e sim o ardiloso “seja como eu”, que tem sido uma grande prisão mental e intelectual na sociedade.

Precisamos de modelos que não tenham medo de deixar que o outro seja livre! Alguém que inspire não a sua própria essência, mas aquele cuja essência promova uma busca pura e pessoal. Eu já conheci pessoas assim, e se hoje eu sou um pouco melhor do que eu fui ontem é porque essas pessoas pensaram na “vida” e me inspiraram a fazer esse movimento.

Em mim arde a vontade de ver uma sociedade mais livre, mais autêntica, em que as pessoas pensem mais no que elas podem oferecer, acreditando que o seu diferencial pode compor uma harmonia que resultará numa realidade diferente e melhor.

Acredito muito nisso; porque se não fosse o contato com as pessoas que admiro, não estaria aqui agora, escrevendo, algo que não fazia há tempos e que me traz muita satisfação. E que fique registrado que eu os admiro não por querer ser como eles, mas porque eles me fazem querer pensar mais em quem eu sou.

E é isso! As pessoas que têm modelos que as inspiram a serem livres e a movimentarem-se são mais felizes, e essas pessoas certamente pensam na “vida”!

A “vida”, essa grande incógnita! Mas fico aliviada por ao menos tentar pensar nela, espero com isso conseguir uma vaga na outra fila. A busca é algo fascinante, assim como quem pensa cria uma atmosfera tão brilhante ao seu redor, que mesmo que esteja vivendo uma confusão ou crise, passa a mensagem do “ser livre” que o outro precisa.

E você, já pensou na “vida” hoje?