terça-feira, 24 de fevereiro de 2015

Minha Amiga


Faz tempo que eu disse para Maria que queria escrever sobre ela. Não que ela tenha pedido, porque ela é humilde demais para isso, e não que ela precise, porque afinal, seu testemunho já diz ao mundo tudo que ele precisa saber ao seu respeito... Por que então?

Simplesmente porque eu preciso falar dela. Preciso falar da amizade que me edifica em Deus. Preciso falar da presença, da devoção, do auxílio, que a cada dia se torna mais essencial e especial na minha vida.

Não pretendo aqui levantar evidências sobre os dogmas Marianos, debater ideias ou qualquer outra coisa do tipo. Só quero falar da minha mãe, da minha amiga! A devoção Mariana inspirada, obviamente pela minha fé católica, vem crescendo e amadurecendo em mim, assim como eu mesma e minha fé estão em processo de amadurecimento. Não vejo para mim caminho de contemplação, de busca da Vontade de Deus que não passe pelas mãos, pelo ventre, pelo testemunho de Maria.

Maria, a minha amiga, para mim é um exemplo sólido e lindo de como ser mulher. Suas virtudes, suas escolhas, sua postura deveriam ser sempre encarados por nós mulheres, como receita de como viver dignamente, de como se comportar, de como servir e testemunhar Deus. Hoje em dia as mulheres têm se desfigurado tanto por tendências, ideias, conceitos... Elas têm se desvalorizado tanto por carências, necessidade de auto-afirmação... É tão triste! E eu olho para Maria e vejo que ela, sim, deveria ser parâmetro, e não tantas coisas que tem sido consideradas características próprias de uma mulher... Mas só essa história já daria outra longa postagem...

Enfim, gostaria de refletir um pouco sobre a presença de Maria nos Evangelhos. Se lermos a Sagrada Escritura, vemos que Maria não aparece muito, e quando aparece, não fica falando muito. Eu acredito que isso se explica pelo fato dela ter entendido plenamente que a sua missão, em momento nenhum, era ser o centro de tudo que estava acontecendo. Ela compreendeu que para ser de Deus, para responder ao seu chamado, ela não precisava ficar chamando atenção para si! 


E em sua simplicidade e humildade, Nossa Senhora continua nos ensinando, a cada trecho da Bíblia. Sempre que ela aparece, ou que se pronuncia, nos ensina uma valiosa lição; lição que aponta para Deus e não para ela. 

Na Anunciação ela nos ensina a dizer sim e a nos abrir à Vontade de Deus: "Eis aqui a serva do Senhor, faça-se em mim segundo a tua palavra". Nas bodas de Caná ela nos ensina a termos um coração disposto a ajudar, que se compadece da dificuldade do outro e que pede a Deus auxílio não somente para si, mas para o irmão: "Fazei o que ele vos disser". Quando se perde de Jesus e o encontra somente três dias depois, nos ensina como é sofrido ficar longe de Deus, como devemos procurá-lo sem cessar até encontrá-lo: "Meu filho, que nos fizeste?! Eis que teu pai e eu andávamos à tua procura, cheios de aflição". 

E quantas lições ela também nos ensina com seu silêncio! Maria que guardava tudo em seu coração, não reclamava, brigava ou questionava o plano de Deus, mesmo quando Simeão lhe disse que uma espada de dor lhe transpassaria a alma. Maria que ficou em pé diante da Cruz, vendo o sofrimento de seu filho e contemplando com fé, o sentido de todo aquele plano de salvação do qual ela participava. Maria que aceitou ser mãe da humanidade quando foi para casa com o discípulo que Jesus mais amava. Maria que permaneceu com os discípulos e viu a Igreja missionária nascer porque estava lá em Pentecostes; vendo que o mesmo Espírito que um dia a envolveu com sua sombra, enviava os escolhidos de seu filho a anunciar!

Maria que na história dos filhos de Deus, nunca os abandonou! Que viu a profecia do Magnificat, "Todas as gerações me proclamarão bendita", se tornar realidade a medida que crescia nos corações dos homens o carinho e respeito por ela. Ela a quem a humanidade pode recorrer na simples e profunda oração do terço e tantas outras orações. Ela que tem tantos nomes nos mais diversos lugares para gritar para o mundo que ela roga por todos, sem distinção! Ela que sempre que concede a graça de ser vista, convida-nos a olhar para Deus, convida-nos à oração, conversão e penitência por aqueles que não acreditam.

Como sou feliz por ser sua filha! Como sou feliz por contemplar em sua pequenez e sabedoria um caminho tão certo para a santidade! Como sou feliz por poder contar com a sua intercessão e saber que tudo que te peço, chega ao coração de Deus! Como sou feliz por ter esse exemplo de esperança: Sim é possível ser fiel! Sim é possível viver na Vontade de Deus! Sim é possível manter os olhos fixos no Senhor mesmo nas horas mais difíceis!

Isso tudo a Senhora me ensinou, e tenho certeza que continuará me ensinando e rogando por mim até a hora da minha morte, porque assim a Igreja te pede em oração, e sendo mãe de toda Igreja como não atenderia?  Maria: Minha amiga, minha mãe, minha professora, meu exemplo... Como é bom saber que Deus em Sua infinita bondade e compreensão sobre o coração humano, me permitiu olhar para a Senhora e te chamar de minha. 


"Rogai por nós santa mãe de Deus, para que sejamos dignos das promessas de Cristo. Amém!"


Imagens de::: Basilica of the National Shrine of the Immaculate Conception / Basílica do Santuário Nacional da Imaculada Conceição - EUA