domingo, 4 de julho de 2010

O Sacerdote e a Igreja

Faz alguns dias que queria escrever esse texto, mas parece que alguns fatos a mais precisavam acontecer para que amadurecesse a ideia. Quero nas próximas linhas manifestar o amor ao mistério e a paz inquieta que ser parte da Igreja Católica Apostólica Romana causa em mim.

Gostaria de me apegar primeiramente à figura do sacerdote, sim, essa figura que tem sido criticada, diminuída, e desacreditada por muitos. Ouvi esse fim de semana de um Cardeal que celebrava seus cinquenta anos de ordenação, que o “Sacerdote é o Sacramento da bondade de Deus”. Acredito que essa afirmação remete ao fato de Deus confiar aos homens missão tão linda e grandiosa, esse foi um ato de extremada bondade da parte de Deus, porque sabemos que os homens são imperfeitos. E como essas palavras me levaram a pensar...

Pense que hoje a mídia alcança cada canto do mundo. Pense que neste momento existe alguém inventando mais um aparelho de tecnologia super avançada, que provavelmente não precisamos, mas vamos querer ter. Pense que já passamos por crises, guerras, revoluções, mudanças econômicas e sociais extremamente substanciais. Pense que hoje a sociedade e a família, sua célula menor e mais linda, lutam para se adaptar às mudanças por conta de exigências profissionais e acadêmicas, mudanças de valores, na educação dos filhos, e muito mais.

Agora pense que a Igreja sobreviveu e sobrevive a tudo isso! Pense na sucessão ininterrupta de Papas desde São Pedro... E o que tudo isso aponta?


É nisso que tenho pensado! No orgulho de pertencer a um ideal, no qual pessoas absolutamente comuns, se doam, acreditam, e mantêm acesa a chama de uma Instituição milenar.

Eu experimentei a reconciliação com Deus através do Sacramento da confissão na semana passada. Meditando e experimentando a paz que senti ao receber a benção e o perdão de Deus através daquele Sacerdote, só pude pensar em uma coisa: como pode um ser humano como eu, conhecer o lado mais fraco, mais sujo das pessoas e continuar a frente de um povo, falando de amor e caridade, e pedindo que amemos e acreditemos uns nos outros?

Será que se você tivesse a oportunidade de ouvir, mesmo que só por um dia, as confissões das pessoas, continuaria acreditando na humanidade?


Penso em São Padre Pio que ficava até 20 horas no confessionário, sem intervalos, sem comer, horas e horas ouvindo e aconselhando as pessoas. Penso na doação, no coração que busca ser manso e humilde desses Sacerdotes. Eles são líderes que mesmo tendo plena consciência das limitações daqueles com quem precisam contar, continuam em seu caminho promovendo a Palavra de Deus e lutando para que a Evangelização aconteça.

Como é gratificante pensar que faço parte de um grupo, minuciosamente organizado e hierarquizado que abre espaço, para que no meu pouco, na minha migalha, eu seja parte do todo, e manifeste a minha fé do jeito que eu posso e consigo fazer.


Posso dizer que a figura do Sacerdote me ampara, me conforta, e me inspira. Posso dizer que fazer parte de uma Igreja tão grande, me motiva a ser uma pessoa melhor e preenche lacunas no meu ser, no meu coração, que mais nada ou ninguém conseguiria alcançar.

E partindo dessa admiração pelo sacerdócio, me volto para a Igreja, puramente, e tudo que ela representa e desperta nas pessoas. Hoje tive a graça de participar de um ato de fé, pude ver uma multidão de pessoas caminhando, cantando e sorrindo pelas ruas de minha cidade professando seu Amor a Deus e sua vontade de buscar o que realmente importa.

Como eu me sinto privilegiada por conseguir ser autêntica, me divertir, sorrir e até chorar de emoção em um ambiente saudável, sem preocupações com violência e desconfiança. Quantas vezes nos sentimos perdidos e confusos? Quantas vezes pensamos que nossa vida não tem rumo, não tem objetivo? Quantas vezes nos fazemos àquelas indagações essenciais do tipo: onde quero chegar ou que tipo de pessoa quero ser.

Em Jesus Cristo e na Igreja você encontra um lugar, você tem aquele vento impetuoso que te lança para frente e te faz enxergar seu valor, de “ser único” que pode e deve desempenhar um papel nesse mundo.

É inexprimível a satisfação de saber que você é parte de algo, que você foi marcado por um Amor tão profundo, que se você souber utilizar esse dom recebido, os que estão à sua volta também sairão beneficiados.

Aprendi que com Deus, certas regras incontestáveis não permanecem, isso porque quando eu divido o que recebi de Deus, eu não fico com menos! Acredito que o Amor é a única coisa que cresce e se multiplica ao ser dividido.

Ser Igreja a cada dia que passa, tem sentido mais amplo, ao passo que mais intrigante para mim. Ser Igreja é fazer de cada dia uma oportunidade de crescer, de aprender, de se doar, de se dividir, de se corrigir. Ser Igreja é entregar o pouco que se tem, por um bem maior. Ser Igreja é dizer sim, é ousar, é não ter medo de vencer seus limites. Ser Igreja é querer contar com o outro em um mundo que prega o individualismo. Ser Igreja é estar aberto às mudanças e ao novo, sempre apoiado às verdades de Cristo e aos ideais que acompanham essa Igreja desde sua fundação.

Enfim, basta dizer que sou abençoada por ter encontrado um tesouro chamado Jesus Cristo, um tesouro infinito que se desdobra diante dos meus olhos a cada dia, se revelando na forma do Sacerdote, do amigo, da família, da Eucaristia, da missão... do Amor em seu sentido mais pleno. Esse Amor que como nos diz a Carta de São Paulo aos Romanos, nada pode extinguir ou separar.

Eu peço a Deus que você que leu esse texto, busque sempre encontrar e redescobrir seu Tesouro, busque Aquele que pode te sondar e preencher. Peço também que aqueles que já fizeram a experiência sejam resignados em permanecer no Amor que lhes foi revelado!

Encerro repetindo as palavras do Cardeal Dom Eusébio Oscar Scheid que disse:
“Senhor eu não Te vejo, às vezes nem Te sinto, mas que a cada dia e cada vez mais eu CREIA”!

Iluminai-vos Movimento de Amor

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