Já faz um tempo que tristemente concluí que sou adepta da arte da procrastinação... Uma das provas disso é a data da última postagem desse blog... Nem vou calcular quanto tempo faz.
Uma das coisas mais difíceis de superar quando passo muito tempo sem atualizar aqui é decidir sobre o que escrever. E eu poderia dar uma de pensadora e dizer que isso se deve ao fato de eu ter 'muitas coisas' na minha cabeça... Mas cá entre nós, não é o caso! E nem vou tentar justificar, vamos ao que interessa.
Arrumando a mala! Era isso que eu deveria estar fazendo agora...
E então, da arte da procrastinação, da necessidade de arrumar minha mala e da reflexão relâmpago que esse fato ocasionou, nascerá essa postagem. Na esperança que minha analogia chegue à algum lugar e que sirva para a reflexão de alguém por aí.
A maioria das pessoas que eu conheço tem preguiça de arrumar malas! Não que eu tenha feito uma pesquisa a respeito... É que quando se trata disso, sempre ouço comentários do tipo: "Nossa, e eu nem arrumei minha mala ainda." E a expressão 'preciso arrumar minha mala' vem acompanhada daquele longo suspiro de descontentamento.
Será que termos dificuldade, preguiça, ou seja lá o que for, para fazer isso que aparentemente é tão simples, deve-se ao fato dessa 'mala' representar, indiretamente, muito mais?
Para arrumar uma mala precisamos decidir o que levar e o que deixar. Precisamos saber o valor e importância das coisas. Precisamos pensar, considerar e antecipar algumas possíveis situações, algumas que estão sob nosso controle, e outras coisas fora dele.
Não temos receio de levar mais ou menos do que o necessário? Não temos aquela sensação de sempre estar esquecendo alguma coisa? Não temos aquela vontade de levar mais? Aquela vontade de que certas coisas ocupassem menos espaço?
Não sei vocês, mas quantas vezes segurei algo nas mãos, sabendo que seria muito melhor não levar, mas desejando encontrar um cantinho, um lugarzinho escondido para não precisar deixar aquilo... E por falar em esconder, será que todo mundo tem aquelas 'coisas' que são muito pessoais, ou que causam até certa 'vergonha' de estar carregando por aí, e que acaba deixando escondido no fundo da mala? E pensa: se alguém abrir minha mala, não quero que veja isso... Ou talvez nem pense! Talvez seja um sentimento inconsciente...
Outro ponto é que ninguém arruma a mala porque quer! Arruma porque precisa, porque existe um propósito, um lugar para ir, um compromisso a cumprir, alguém para ver, uma aventura pela frente... Ninguém acorda um dia e sem motivos diz: "Hoje vou arrumar minha mala"! Sempre tem uma motivação, uma finalidade. Sabemos que a maioria dos seres humanos, se pudessem escolher entre 'tenho que fazer' e 'quero fazer', escolheria o 'quero fazer'. E a 'mala' é assim... Você 'tem que fazer', talvez a finalidade seja algo muito desejado, mas ela é parte do processo daquilo que não tem muito como escolher.
Obviamente existem as pessoas super desencanadas, que não estão nem aí para o que levar e o que deixar. Aquelas que simplesmente jogam algumas coisas aleatórias ali dentro, calculam de maneira superficial, prática e automática o que precisam... Maravilha! Porém me pergunto se elas vão estar prontas para as ocasiões que virão.
Existem inúmeras maneiras de arrumar uma mala. Pode ser desse jeito que acabei de citar, pode ser aquela mala que nem fecha direito de tanta coisa que tem dentro, e essas são difíceis de carregar! Tem aquela arrumadinha, aquela bagunçada mas que tem o que é preciso. Mas será que tem algum 'jeito certo' de arrumar? Essa pergunta poderia ocasionar respostas bem controversas, mas 'jeito certo', acho que não tem... Afinal de contas, o lugar ou a situação que causou a tal 'arrumação' pode estar recheado de surpresas, imprevistos e mudanças de planos... Vai saber!
O que sei é que é hora de parar de procrastinar e de arrumar essa mala!
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