terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Nossa história

Estive pensando na importância da história... Aquela que pode ser a matéria que estudamos durante praticamente toda nossa vida escolar, e mesmo assim só chegamos até a ponta do icerberg... Aquela que revela a importância de alguém quando dizemos, 'entrou para a história'... Aí vejo a grandeza dos conceitos de ser história e fazer história.

Porém, não quero que essa reflexão tome proporções que ultrapassem a linha do ordinário. E quando digo ordinário não faço nenhuma referência pejorativa. Queria falar da minha história, da sua história. Falar da história das pessoas que não terão nomes em livros ou fotos em revistas, mas têm sim, uma história que é essencial.
Dizem por aí que::: "A história ensina" / "Nossa história nos define" / "Nossa história já está traçada" / "Quem não bebe não tem história para contar " (o que não concordo!!!)
Alheio a tudo aquilo que o senso comum fala sobre esse assunto, queria questionar se realmente sabemos lidar com nossa própria história. Será que deixamos que ela ensine? Será que a olhamos com devido respeito e maturidade? Não sei! A começar por mim...
Quem acompanha esse blog sabe que eu sou Católica, e sendo tal, uso um exemplo desse meio para traçar uma linha de raciocínio::: Acontece que, as vezes, em momentos de oração fala-se sobre fazer o exercício de segurar nas mãos a sua história e entregá-la toda para Deus. Isso porque, esses momentos tentam nos incentivar a olhar, analisar e aceitar a nossa história... o que não é lá muito fácil.
Temos cantinhos, pedacinhos da nossa história que tentamos enterrar, evitar. Um momento triste, uma escolha errada, uma perda... E aí vem o povo dizendo: "Esquece isso!" ... E como pode ser certo esquecer nossa própria história?
Se fossemos capazes de debruçar sobre nossa história, refletir sobre ela, e não evitá-la, escondê-la ou ser indiferente a ela, talvez aprendêssemos a ser mais inteiros, mais coerentes, mais sábios.
Contudo, reconheço a possível dificuldade de analisar nossa história, e seguir em frente, sem desprezá-la ou subestimá-la. Somos tentados a "colocar uma pedra sobre o assunto", "fingir que não aconteceu", "esquecer"... E talvez seja, de fato, a melhor saída em algumas situações.
Nisso persiste a dúvida do que seria correto fazer. Mas o correto no sentido de fazer aquilo que coloca nossa história em função da vontade de ser uma pessoa melhor e fazer bem ao ambiente à sua volta.

Sua história talvez não renda uma grande biografia ou filme, talvez ela seja bem simples e previsível, seja amarga, ou surpreendente, talvez seja um enredo de novela mexicana... enfim, as possibilidades são ilimitadas. Mas uma história deveria, em primeiro lugar, contemplar a construção e progresso de alguém que quer ser melhor. Senão qual o sentido?
Recentemente me emocionei em uma ocasião em que observei um pouco da história de duas pessoas, e pensei: O que é um ser sem história? E mais que isso... "O que é uma história sem felicidade no final?
Uma história de vida por mais que tenha capítulos amargos e obscuros faz parte de um todo que nos constrói e modela. Nossa história precisa ser considerada e não podemos teme-la! Os episódios que compõe nossa vida podem nos ensinar e explicar muito sobre a realidade que vivemos hoje e nos ajudar a fazer projeções para o futuro.
Quisera ser mestre da minha própria história. Quisera ir até o mais profundo dos momentos sem receios e reservas, buscando e encontrando o sentido de certos desfechos. Quisera, enfim, viver uma história de beleza e sabedoria, em que o Amor e a felicidade verdadeiros ditam os caminhos... E quem sabe ainda, a solução seja realmente entregar toda nossa história nas mãos daquEle que pode usá-la mais sabiamente...
Que saibamos lidar com nossa história e fazê-la motivo de satisfação e aprendizado.

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Natal!

Faltam dez dias para o Natal, e seria incoerente se eu não escrevesse algo a respeito, afinal eu adoro essa data! Para explicar meus motivos de tanta simpatia por esse tempo, quero destacar duas palavras: tradição e fé.

Desde criança o Natal é especial para mim, lembro de momentos, pessoas e surpresas que marcaram a minha vida e definem um pouco do que eu sou e acredito hoje. Quando criança havia a família reunida, os presentes, a chegada do Papai Noel, que vinha de helicóptero até o CenterVale Shopping (rs). Outro fato que lembro todos os anos é como eu adorava os enfeites de Natal e tinha todo um jeito especial de nomeá-los, todos os enfeites que eu via, eu apontava e dizia: “Olha o lindo!” – e até hoje os chamo assim! Mas tudo isso é nada diante do verdadeiro sentido do Natal, é claro que tudo isso é válido, e o Papai Noel, os presentes e enfeites são importantes em certas fases da nossa vida, mas não podemos parar por aí!!!

Na Igreja há todo um cuidado para que os cristãos se preparem e vivam o Natal com maior profundidade e reflexão. As semanas que antecedem o Natal são chamadas de ‘Advento’. Com o tempo e a minha possibilidade de maior entendimento, a crença e práticas do Natal cristão somaram mais beleza e significado ao Natal do ‘lindo’, presentes e família que eu prezava desde minha infância.

Hoje o Natal representa muito mais para mim e para aqueles que creem, ele representa parte de um plano de salvação que Deus traçou para a humanidade. O Natal é parte primordial da construção do que hoje chamamos de Santíssima Trindade (Pai, Filho e Espírito Santo). Pois nesse tempo, nasceu o Filho, o Messias enviado de Deus, que viveu, nos abriu as portas da Eternidade, Ressuscitou e nos enviou o Santo Espírito... Eis a grandeza do Natal: Marcar e atualizar a vinda de Jesus Cristo a terra!

Na ordem cronológica o ano está acabando, mas para a Igreja é um começo. O ‘Advento’ nos prepara para a vinda do Menino Jesus, a luz perfeita que chega ao mundo para renovar em nós a esperança e nos inspirar na busca de sermos pessoas melhores. Por ser tão importante e de ordem tão profunda é que a Igreja, em sua sabedoria, propõe as quatro semanas de preparação para o Natal.

Tenho pensado, com a ajuda dos sacerdotes e de amigos inspirados, sobre a imensidão da beleza e loucura que envolve esse tempo. Deus Pai, tomado de Amor, envia o Menino Deus ao seio da humanidade, frágil, indefeso, pequeno, submetido ao nosso humano, às nossas limitações e regras. Vejo aí o grande Amor e confiança que Deus deposita em nós, permitindo que uma simples família pudesse cultivar a esperança do mundo inteiro e de todas as gerações, sendo até hoje, sinal e testemunho para os que crêem.

Como disse - e muito bem dito - um amigo meu, mais ou menos com essas palavras: “O Natal representa essa loucura de Amor de Deus, que permitiu que aquele que sustenta todo o Universo, coubesse na mão do ser humano”.

Não podia deixar de também ressaltar a importância da família nesse tempo. Deus quis nascer no seio da família, não por acaso, mas por saber que ali é onde nos formamos e aprendemos a amar. Espero que nesse tempo de ‘Advento’, as famílias possam revestir-se de Amor e de força, para experimentarem a restauração e renovação que o Natal nos permite viver.

Sei que muita gente não gosta do Natal por lembrar-se de uma pessoa querida que já faleceu, ou por nunca ter tido tradições, ou por achar tudo fingimento de pessoas que só ‘ficam boazinhas no Natal’. É claro que esses motivos carregam significado e eu os respeito. Porém, tudo é uma questão de escolha! Somos ‘humanos’ e conscientes, e o que nos torna diferentes de todos os outros seres que existem nesse Planeta é a capacidade de pensar, ponderar e decidir!

Se colocarmos de um lado da balança toda a incredulidade, lembranças e sentimentos desagradáveis que o Natal pode trazer a algumas pessoas, e do outro lado da balança colocarmos o Milagre de um Deus que se faz menino por Amor aos homens e por confiança em nossas boas escolhas... o que pesa mais?

Nesse ano espero ver menos consumismo e mais generosidade! Que as luzes artificiais não desviem nosso olhar da Verdadeira Luz, que é o Menino Deus que chega para nos abençoar! Que o sinal mais importante de representação do Natal seja o presépio, e não a árvore e o Papai Noel. Que o tempo do Advento e do Natal permita que o nosso coração esteja aberto a amar mais, perdoar mais, sorrir mais... se assim escolhermos!

Um ótimo Natal para você e sua família!

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

O Calor!!!

Viver em um país tropical traz implicações desagradáveis! Pelo que parece, o tempo quente está vindo para ficar! Quando se fala em questões climáticas hoje em dia, tudo é meio incerto e instável. Mas uma coisa é imutável desde que me conheço por gente::: como me incomoda o calor!!!

Para ilustrar meu mais recente surto de irritação, utilizo a noite passada. Por volta das 23 horas, não aguentava mais ficar dentro de casa, sentindo aquele clima abafado - solução: fiquei sentada numa cadeira de praia no quintal de minha casa, olhando para o céu... O céu, que estava lindo como sempre, tinha um tom meio avermelhado, acredito que motivado pela grande massa de ar quente que envolvia a noite (se é que isso faz algum sentido) ... Mas fora de casa, a brisa tornava o clima um pouco mais agradável.

Fiquei conversando no celular com alguns amigos e desfrutando aquele momento de 'procura de um alívio', aí começou a chover! Porque é claro, o calor deixa o tempo muito mais maluco! Deixei-me ficar ali no sereno por certo tempo, até que a chuva começou a engrossar e tive que entrar no forno que chamo de 'casa'. Afinal, seria irresponsabilidade ficar na chuva e pegar um resfriado sabendo que preciso estar bem para cumprir os compromissos que tenho.

Sei que tem muita gente que ama o calor e acredito que essas pessoas tenham bons motivos para isso. Concordo até que os dias ensolarados ficam lindos e que uma praia com sol e calor faz bem , de vez em quando... Mas eu não consigo gostar de verão!!!

Enfim, uso esse post para compartilhar minha insatisfação com esse calor intenso! Considerando ainda, o fato que ontem tive que andar pela rua e pegar ônibus lotado com aquele tempo nada agradável! E sigo listando mais razões para meu desgosto em contemplar esse calor que veio para ficar por meses e meses a fio:::


suor __ ônibus lotado __ falta de disposição para fazer qualquer coisa __ pessoas semi-nuas andando por aí (e achando tudo muito bonito!) __ moleza __ sentir-se suado após ter acabado de sair do banho __ necessidade de cuidados redobrados com a pele __ preguiça __ ventilador barulhento na hora de dormir __ chuvas fortes e repentinas __ aumento do consumo de bebidas alcoólicas (para "refrescar" , ah tá!) __ sua casa transformada em uma sauna __ e finalmente a grande tendência brasileira em eleger a "música do verão" que geralmente é horrível e não sai da nossa cabeça!

(rsrs)
É isso aí! Que tenhamos força para sobreviver mais um verão!

terça-feira, 23 de novembro de 2010

O Pianista (The Pianist - 2002)

O Pianista (The Pianist) é um de meus filmes preferidos. É uma produção de 2002, mas mesmo não sendo novidade, gostaria de escrever um pouco sobre ela – já que assisti ontem, de novo e, mais uma vez, fiquei encantada...

O longa do respeitado diretor e ‘ser humano excêntrico’ Roman Rajmund Polański (por quem não tenho muito apreço, mas tudo bem), é realmente genial! Com sensibilidade e realismo incríveis, além de três Oscars (melhor diretor, melhor ator e melhor roteiro adaptado) ganhou prêmios no Reino Unido, França, Japão e Itália.

O filme se passa em Varsóvia na Polônia (1939-1945), por aí você já pode concluir que estamos falando da Segunda Guerra Mundial. O que o torna especial é exatamente o foco de toda a situação. Sendo um drama biográfico, o filme conta a história do pianista polaco Władysław Szpilman, que viveu e testemunhou os horrores da Guerra, o nascimento e destruição do 'Gueto de Varsóvia', e que posteriormente escreveu um livro sobre suas experiências - que tornaram esse filme possível.

Polánski, que também foi testemunha ocular do fato histórico narrado no filme, utiliza todo o terror do holocausto para tocar intimamente o tema da luta pela sobrevivência. Há partes do filme em que você se pergunta e realmente se irrita pensando: ‘Por que ele ainda insiste em sobreviver?’. E é esse sentimento de determinação que enche os olhos do expectador.

Interpretado de maneira magistral pelo ator Adrien Brody, o pianista Władysław Szpilman, judeu, homem de família, bem empregado numa rádio da Polônia e de futuro promissor, vê sua vida reduzida à preocupação de manter-se vivo. Em cada cena, e a medida que as novidades da Guerra forçam os personagens a se ajustarem às imposições dos nazistas, vemos a brilhante postura de Szpilman, sem máscaras, sem orgulho, sem reservas, usando as oportunidades que tem para ficar em pé.

Ao contrário de muitos filmes sobre a Guerra, ‘O Pianista’ não mostra um herói ou um mártir. Ele mostra uma pessoa comum, que não salva crianças, donzelas ou companheiros judeus, mas que precisa da ajuda de outros para lutar pela própria vida. Mesmo assim, não vemos no personagem traços de egoísmo ou desvio de caráter... ele só quer viver!

Tudo isso considerado, me encaminho ao final desse elogio ao filme, exaltando aquele detalhe, aquele sentimento, que para mim é o que faz tudo valer a pena: as cenas de Szpilman ao piano. O sentimento de tudo aquilo que o personagem vive e vê transformado em música, é realmente arte! A atitude do pianista, me levou a refletir sobre o grande paradoxo entre: sensibilidade e fraqueza. Mesmo com uma sensibilidade transparente e latente, a força do personagem, a maneira como ele se apega a vida e a música, impressionam!

Penso em quantas pessoas em condições infinitamente mais favoráveis não conseguem ver a importância e a beleza de estar vivo... 'O Pianista' transforma o horror, a morte, a injustiça, a violência, a humilhação em força, música e vontade de viver.

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Almoço solo

Era um feriado. Acordei sem preocupação com horário e pensei no que tinha planejado para o dia... Foi então que me dei conta que tinha um compromisso no início da tarde...

O cumprimento desse me obrigou a recusar convites de almoço em família, churrasco com amigos, passeio com uma amiga. Sabe-se que quando você tem horário e não tem um meio de transporte eficiente a disposição, não deve-se simplesmente esperar que as outras pessoas se ajustarão às suas necessidades...

Resultado... tive que almoçar sozinha. Não fiquei desanimada com o fato, ao contrário, o todo parecia bem agradável.
O dia estava lindo, e o céu, sempre amigo, me surpreendeu mais uma vez com sua beleza cativante. Óculos escuros - acessório átipico para mim - tênis, roupa confortável. Fui à um restaurante que gosto muito, afinal se eu ia almoçar sozinha, ia almoçar bem!

Pode-se dizer que o lugar estava movimentado, mas não lotado! Apesar de ser um de meus favoritos, lamentei não ter escolhido um lugar aberto para aproveitar o dia bonito. Indecisão para escolher o que comer, queria algo saudável. Indecisão sobre onde sentar... não havia mesa para um ou dois... foi aí que tudo começou...

Percebi que, automaticamente, procurei sentar em algum canto, numa mesa pequena, discreta... e por que? Talvez estivesse com receio do jugalmento das outras pessoas. Olhei ao redor, e vi que eu era a única que estava sozinha... sorri! Contrariando todos os sentimentos e convenções, sentei-me em uma mesa praticamente central, onde havia espaço para seis pessoas... sorri de novo!

Logo o garçom veio perguntar sobre o que eu iria beber, pedi e iniciei meu almoço. Foi um tanto decepcionante ver que a comida não estava tão boa quanto costumava ser... por que não fui a um lugar aberto? - pensei de novo.

Vi uma pessoa que conheço, olhei para cumprimentar e ela pareceu fingir não me ver... Esquisito, pensei! Foi então que percebi que as pessoas encaravam com certo estranhamento alguém almoçando sozinha em um feriado... sorri!

Talvez a pessoa que fingiu não me ver, temia que por dizer 'oi' a alguém almoçando sozinha, estaria no dever de me convidar para juntar-se a mesa dela... e certamente não havia espaço para mim, no almoço com a família que estava com ela. Além disso, eu estava bem confortável sozinha!

Comecei a prestar atenção nas pessoas ao redor. Havia esta família da qual falei, um jovem casal, casais com crianças, um casal de idosos, e outros... Pessoas diferentes, com relacionamentos diferentes, e ... frequência e modo de diálogo diferentes, isso mesmo! Sorri!

A família conversava de maneira entusiasmada, rindo, talvez lembrando de histórias antigas. O jovem casal, ria com os olhos, se aproximavam ao falar, querendo passar um sentimento de intimidade, talvez... As mesas com crianças eram as mais animadas, me diverti vendo o jeito espontâneo de cada uma delas, ri também da maneira com que seus pais os tentavam submeter às regras dos adultos... vã tentativa! O casal de idosos nutria um silêncio pacífico, daqueles que dizem tudo sem verbalizar nada, era como se não houvesse o que dizer, mesmo assim a companhia significava muito... sorri! Havia também um casal que preferiu sentar lado a lado, ao invés do habitual frente a frente... me perguntei, o por quê ... teriam brigado? Não havia muito diálogo na mesa também, mas o silêncio não era doce como o do casal de veteranos... desviei o olhar...

Vi mais duas pessoas que eu conhecia, e desejei ser invisível... engraçado! Não queria ver ninguém ou falar com ninguém, o trabalho de observação estava muito mais interessante. Fiz a refeição durar mais que necessário, afinal, alguém almoçando sozinha já chamava atenção, imagine se eu estivesse sozinha, com o prato vazio e ainda sentada, o que iriam pensar? Sorri!

Terminei meu almoço observando as relações humanas que me envolviam, evitando o olhar daqueles que me conheciam e agradecendo a Deus por estar bem! E por ter visto em simples mesas de um almoço semelhanças com meu passado, presente e possível futuro... sorri! E ainda dizem que só temos visão do que compõe nossa vida quando estamos para morrer...

Levantei-me, fui ao caixa, paguei e tirei minha capa de invisibilidade... Andei pela rua, sorrindo!

terça-feira, 9 de novembro de 2010

Caçador de mim ...

♫ Por tanto amor
Por tanta emoção
A vida me fez assim
Doce ou atroz
Manso ou feroz
Eu caçador de mim ... ♪


Somos uma soma de nossas experiências e decisões, mas como definir algo totalmente norteado por emoções? Somos, então, o que sentimos? Ou somos o que buscamos? A busca por coerência em fazer, pensar e sentir é um exercício de mortificação do querer por querer, é ter consciência da necessidade de procurar ser melhor para si mesmo e em benefício do outro, para que nossos paradoxos interiores não machuquem aqueles que estão ao nosso redor...

♫ Preso a canções
Entregue a paixões
Que nunca tiveram fim
Vou me encontrar
Longe do meu lugar
Eu, caçador de mim ... ♪

Quando queremos nos encontrar faz-se essencial libertar-se de certos hábitos. Acreditar que tudo tem sim, um fim! Somente a busca irá durar, até um desfecho que, se revelar uma vida ornamentada com a beleza da pureza de sentimentos e o testemunho de generosidade e verdade, pode abrir-se à Eternidade...

♫ Nada a temer senão o correr da luta
Nada a fazer senão esquecer o medo
Abrir o peito a força, numa procura
Fugir às armadilhas da mata escura ... ♪

Mas, em todas essas coisas, somos mais que vencedores pela virtude daquele que nos amou (Rm 8: 37). Se confiamos na Verdade da Salvação, o medo tende a perder-se pelo caminho. Abrir-se ao que te faz um ser humano melhor, buscar força no que é certo, no que dá sentido a vida e nos afasta do vazio que nos é oferecido. Evitar o que não nos edifica! Estar unido ao Amor que não acaba, que não se cansa...

♫ Longe se vai
Sonhando demais
Mas onde se chega assim?
Vou descobrir
O que me faz sentir
Eu, caçador de mim ... ♪

No final das contas, deveríamos ter a consciência de que o que importa é não parar de lutar, não parar de tentar descobrir-se, conhecer-se. Não deixar que o momento, o prazer, o atraente nos amorteça, ao ponto de nos desviar de nosso caminho. Sonhar, planejar, imaginar, faz parte do processo de encontrar-se. Que o 'não posso', 'não consigo', 'é impossível', sejam insignificantes diante da vontade de ser, de fazer a diferença. Que as limitações do ser e as decepções do caminho sejam motivadores de crescimento, de aprendizado. Quando pensamos 'sonhar demais' ou 'sentir demais', vale considerar que o sonho e o sentir compõem a tentativa de definição que buscamos a vida toda. Há tanto para ser visto e vivido, por que não ousar? Mas a ousadia traz benefício quando almejamos o que nos é devido, algo que só descobrimos se abandonamos o egoísmo e o orgulho...

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Caçador de Mim

Música e letra: Sérgio Magrão e Luis Carlos Sá (1980)

Interpretação: Milton Nascimento

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

O filme "A Troca" e o conflito social

Desde que ouvi falar desse filme, quis assistí-lo, mas foi somente ontem que a vontade se concretizou. Devo dizer que a produção me surpreendeu positivamente, e essa é a razão desse post...

Clint Eastwood está mesmo levando jeito para os bastidores do cinema, mais do que para a atuação, em meu ponto de vista... Sendo diretor de bons filmes, como "Sobre meninos e lobos", "Menina de Ouro", "Invictus" e outros, nos basta dar um voto de confiança para o homem. É dele, também a direção de "A Troca", o ponto que nos interessa aqui...

O filme é baseado em uma história real ambientada em 1928, data em que uma mãe se vê desolada pelo desaparecimento de seu filho. Christine Collins, a mamãe interpretada por Angelina Jolie, mostra toda uma força interior e determinação louváveis na tentativa resignada de recuperar seu filho.

O mais interessante no filme é a inteligente mudança de foco, quando achamos que será apenas uma historinha de procura de uma criança, ele leva para questões bem mais profundas - como a manipulação do sistema.

Acontece que depois de um tempo, a polícia desesperada com a repercussão do caso, entrega um menino a mamãe Jolie, que não é o filho dela. Para que a imprensa e a opinião pública parem de 'incomodar'
, Christine Collins (Angelina) é dada como desequilibrada e forçada a manter o menino que não é seu filho para por um fim em toda a polêmica.

É aí que o filme começa a se desdobrar e surpreender! Ajuda nesse processo o personagem de John Malkovich, um Reverendo chamado Gustav Briegleb que se dispõe a ajudar no caso e a não se omitir diante da negligência dos líderes envolvidos. Como toda a trama se desfecha não vou dizer, vale assistir!

...

Gosto de filmes assim, que mostram essa essência humana de não permitir que os valores e as verdades sejam roubados. O retrato da mulher que enfrenta as adversidades obstinada, mas delicadamente é algo muito belo que nos motiva a lutar mais por nossos ideais. A esperança me fascina, assim como a coragem de pensar e agir conforme o que se conclue correto.

A maneira como certas pessoas ou grupos articulam e manipulam os fatos para benefício próprio são um alerta ao nosso comodismo e aceitação de verdades infundadas. Somente pondo em prática nossa capacidade de reflexão - que pode ser vasta - conseguiremos atingir certas realidades que impedem o desenvolvimento da sociedade.

Que a persistência e a noção de que 'eu' sou também responsável por tudo que acontece ao meu redor possa nos impulsionar à busca do conhecimento que gera atitudes coerentes e transformadoras. Recomendo o filme "A Troca" e espero que o cinema continue utilizando a arte para nos fazer analisar nossas realidades.

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

A dialética do querer e dever

" Poucas pessoas conseguem tudo o que querem, mas no final das contas, elas não são as verdadeiras sortudas. Os verdadeiros sortudos são aqueles que fazem o que estão destinados a fazer".

Isso foi dito em um filme que me emocionei assistindo hoje... Nisso criou-se em mim uma reflexão que dá título a este post: o "querer" oposto ao "dever".

Gostaria de falar desse conflito considerando a juventude, grupo no qual
me sinto inclusa. Essa época é extremamente emocionante! E apesar de ser complicado e até parecer injusto, uma constatação é óbvia e real: muitas das grandes decisões de nossas vidas começam a ser tomadas quando somos jovens.

O que é que eu vou fazer quando acabar a escola? Para que faculdade eu vou? Que curso fazer? Será que devo só fazer um curso técnico? Será que eu deveria fazer um intercâmbio? Será que ficar longe da minha família por um tempo seria bom? Mas se eu ficar longe como fazer com aquele(a) garoto(a) que eu amo? Quando devo começar a trabalhar? Que profissão seguir? Como e onde começar?

Quem não se fez ao menos uma dessas perguntas? E eu gosto das perguntas! Acredito que elas são uma demonstração de que estamos dispostos a refletir e crescer... mas a pergunta precisa gerar movimento, senão se torna vazia... Então vamos lá!

Atualmente os jovens têm acesso a informação facilmente, rapidamente, abundantemente... Isso deveria ajudar a responder as perguntas interiores destacadas acima, que não são novidade para ninguém! A informação deveria ajudar a gerar um movimento e filtrar nossas intenções em relação ao querer e dever, mas vemos que não é isso que vem acontecendo. Essas perguntas, apesar de fazerem muito parte do 'lugar-comum', não estão, muitas vezes, sendo encaradas com a seriedade que mereciam. A busca do responder, de acordo com o mais correto, está perdendo espaço para a resposta imediata e de suposto benefício próprio.

Aí finalmente entramos no querer. O que queremos hoje? Queremos o que vemos, queremos o que é belo, o que é poderoso, admirável, intenso, o que nos faz sentir 'parte' de algo virtualmente importante.

♫ I wanna be a billionaire so fucking bad.
Eu quero muito ser um bilionário
Buy all of the things I never had.
Comprar todas as coisas que eu nunca tive
I wanna be on the cover of Forbes magazine.
Eu quero estar na capa da revista Forbes
Smiling next to Oprah and the Queen.
Sorrindo ao lado de Oprah e da Rainha

Everytime I close my eyes.
Toda vez que eu fecho meus olhos
I see my name in shining lights.
Eu vejo meu nome em luzes brilhantes
A different city every night
Uma cidade diferente a cada noite
I swear the world better prepare
Eu juro que é melhor o mundo se preparar
For when i'm a billionaire.
Para quando eu for um bilionário ♪
(Billionaire – Bilionário / Travis McCoy e Bruno Mars / tradução livre)

Essa música, deixa explícito o que parte das pessoas está querendo... Mas não se trata somente de fama, dinheiro e poder, é mais que isso! Eu juro que é melhor o mundo se preparar para quando eu for um bilionário... Mudando um pouco: Eu juro que é melhor o mundo se preparar para quando em conseguir tudo o que eu quero... E é isso! O que iríamos fazer se alcançássemos o que queremos? Será que o nosso querer está realmente relacionado com o que é verdadeiro e ideal para nós, relacionado ao que é bom?

Entramos, agora, no dever. Cada dia que passa as pessoas, principalmente as mais jovens, se incomodam absurdamente com esse conceito! "Não quero nada nem niguém me dizendo o que devo fazer"...

♫ Hey dad look at me
Hey pai, olhe para mim
Think back and talk to me

Pense e fale comigo
Did I grow up according to the plan ?

Eu cresci de acordo com seu plano?
And do you think I'm wasting my time doing things I wanna do? ♪

E você acha que estou perdendo tempo fazendo as coisas que quero fazer?
(Perfect - Perfeito / Simple Plan / tradução livre)

Não queremos ouvir nem de nossos pais, nem dos outros o que devemos ou não fazer... Ainda mais difícil é estarmos dispostos a ouvir, analisar os fatos, nos questionarmos a respeito de nossas decisões e atitudes e descobrirmos se realmente estamos fazendo o que deveríamos.

Eu não me atrevo a dizer o que as pessoas deveriam fazer, mesmo porque eu não sei [rs] e isso é bem individual e profundo! Mas uso essa frase citada no início desse texto para tentar concluir toda essa história. Não concordo com algumas das palavras utilizadas nela, então vou ajustar de acordo com os conceitos que considero reais. (Volta lá em cima e leia a frase de novo, se quiser e achar que deve ;] )

Para 'sortudo' prefiro usar as palavras: realizado, pleno, inteiro ... e vemos que não são muitos que estão atingindo este estágio... creio que isso provém de uma grande tendência social à imitação, conveniência e facilidade. O 'destino' mudo para as palavras vocação ou missão. E só conseguimos cumprir nossa missão ou viver nossa vocação quando passamos pelo processo do autoconhecimento: sem máscaras, sem medo.

Sonho com o dia em que nós vamos nos preocupar mais em ser do que em mostrar. Que vamos buscar descobrir e viver o que devemos, e não só o que queremos, o que vem do impulso, das vontades, das pressões, dos exemplos distorcidos que nos são apresentados.


Enfim, muitos dizem que a religião aliena e faz as pessoas serem manipuladas e ignorantes, mas eu digo que a Igreja Católica a que pertenço e através da qual conheci Deus, me ensinou que eu posso TUDO, mas o que realmente devo é buscar o que me torne plenamente feliz. A felicidade que não passa depois de uma noite de balada. Não passa depois que eu já curti aquilo que eu comprei. Não passa depois de ter aquele momento intenso com o cara ou a moça por quem se é apaixonado.

É uma satisfação que dura por se tratar do desenvolvimento de quem você é, de ter uma missão e buscar cumpri-la, e não importa se você descobre que sua vocação é de realizar pequenas ou grandes coisas. Como diz um amigo meu, hoje o mundo está tão escuro que todos correm atrás de quem acende um fósforo. E quem faz o que deve fazer, que consegue controlar e dominar seu querer e estar no lugar certo, fazendo a coisa certa... cativa!

O grande lance é estar em Comunhão consigo mesmo e com Deus , conhecer seu potencial e saber o que fazer com ele. O individualismo imposto pela sociedade atual nos faz pensar que o que sabemos ou temos de especial deve ser utilizado exclusivamente para o nosso bem estar, enquanto que se o usássemos para o bem comum, os frutos seriam muito mais significativos.

Fica aqui o convite! A começar por mim, vamos embarcar nessa jornada rumo ao descobrimento de nós mesmos. Aceitar o processo de escolher o que é mais correto, o que devemos fazer, deixando de lado aquilo que corresponde a um querer vazio e egoísta, fruto de paixões. Que Deus nos ajude a sermos pessoas melhores e, assim alcançarmos o que nos é devido e que nos levará à Eternidade.

Porque tenho sido tudo, e creio que minha verdadeira vocação é procurar o que valha a pena ser. (Monteiro Lobato)

terça-feira, 12 de outubro de 2010

Mistério dessa Felicidade...

Todo mundo quer ser feliz, certo? Mas tenho me questionado ultimamente se compreendemos a dimensão da Felicidade, se os nossos conceitos acerca desse algo tão grande não foram influenciados por fatores que podemos considerar não-verídicos.

Dois fatos me levaram a essa reflexão: o primeiro foi uma afirmação que ouvi de uma pessoa que considero digna de atenção e o segundo foi uma pergunta que lancei em uma roda de amigos e ninguém conseguiu responder pronta e claramente, inclusive eu... A seguir me explico melhor.

“Não existe felicidade e sim momentos felizes”, foi isso que ouvi e a frase me incomodou muito e por muito tempo. Ficava pensando... como assim não existe? E isso me leva à pergunta do segundo fato: “Qual a diferença entre felicidade e alegria?”. Esse foi o questionamento que ninguém conseguiu responder...

Há certo tempo eu queria escrever sobre a Felicidade, mas creio que esses dois fatos, que foram bem distantes um do outro, considerando as datas, precisavam acontecer. Fui buscar no dicionário, a definição dessas duas palavras e eis aqui o resultado:

Felicidade (latim felicitas, -atis) s. f. : Estado da pessoa feliz.
Alegria s. f. : Manifestação de contentamento e júbilo. O que causa essa manifestação.

Agora com os fatos apresentados posso, expor minha humilde linha de raciocínio e tentativas de conclusões...

Pode uma pessoa sorrir sem estar feliz? Mas se ela sorri está alegre? Creio que Charles Chaplin observou e também se incomodou com isso quando escreveu:

Sorri vai mentindo a sua dor
E ao notar que tu sorris
Todo mundo irá supor
Que és feliz ♫ (Charles Chaplin - Smile)

O que externamos nem sempre, ou quase nunca, é um retrato fiel do que sentimos. Não considero o ser humano um grande fingido por causa disso, como já foi declarado por grandes pensadores ao longo da história. A cada dia que passa vejo que o ser humano peca é pela falta de autoconhecimento, mas isso é outra história...

O que nos interessa é que o que é externo é a manifestação da alegria, seguindo a definição crua da palavra. Então, aquele momento intenso, aquela gargalhada longa, aquela sensação gostosa, são demonstrações de alegria, que são, sim, momentâneas... Pode-se dizer: eu estou ‘alegre’, ou ‘eu sou feliz’.

Para não entrarmos no conflito de ‘ser’ e/ou ‘estar’ e muito menos no ‘ser ou não ser, eis a questão’, vamos passar para o ponto central... E a misteriosa Felicidade?

Viver!
E não ter a vergonha
De ser feliz
Cantar e cantar e cantar
A beleza de ser
Um eterno aprendiz... ♫ (O que é, o que é? – Gonzaguinha)

Gonzaguinha, nessa música, tentava definir a vida, missão bem difícil e que ele desempenhou de maneira bem interessante e válida, mas no meio do caminho ele acabou cutucando outra máxima: “E não ter a vergonha de ser feliz”...

Será que temos vergonha da Felicidade? Vergonha de pensar nela, falar dela, porque não a compreendemos? Nesse sentido me coloco no lugar daquele ‘eterno aprendiz’, que já pensou em algumas possibilidades, mas precisa sustentá-las no dia-a-dia...

Para mim a Felicidade existe e é o ‘estado’ que a definição já apresentou, é algo duradouro, ousaria dizer, até mesmo, Eterno... A Felicidade não é um simples sorriso ou explosão de paixões e emoções, ela não está no outro. Ela é paz, é conforto, é plenitude, é pessoal!

Talvez por isso, as pessoas confundidas com os conceitos, acabam mais uma vez parando no campo dos sentidos, e não se permitindo olhar mais para dentro, ir mais fundo e encontrar lá essa Felicidade que purifica nossas inclinações e nos sustenta.

Eu estou no início do processo, mas acredito na Felicidade! Não naquela que passa, não no momento, mas aquela que nos eleva à outra realidade, a realidade de sentir-se parte do Eterno, sentir-se peça integrante e importante do mundo, único!

Desejo que encontremos essa Felicidade, e uma vez que foi encontrado esse presente, não nos afastemos Dele. É fácil se render ao que é sedutor, envolvente, mas que possamos dar o devido valor àquilo que nos torna mais completos, mais nós mesmos.

Que a Felicidade seja buscada, seja cultivada, seja reconhecida, seja pensada. Que esse estado de ser feliz, marque nosso ser e nos faça ver que tudo o que acontece em nossa vida não é capaz de nos roubar esse dom.

Ninguém tira o que é guardado e cultivado dentro de você, e que a Felicidade cresça e amadureça aí no seu íntimo até chegar à Eternidade.

Da felicidade,
Quantas vezes a gente, em busca da ventura,
Procede tal e qual o avozinho infeliz:
Em vão, por toda parte, os óculos procura
Tendo-os na ponta do nariz! (Mário Quintana)

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Evolução Natural!?!? (Ah tá...)

Foi o britânico Charles Darwin (1809-1882) que primeiro trouxe ao foco de discussão a história da "Evolução", com o lançamento de seu livro ‘A Origem das Espécies’ em 1859. Desde então, o mundo passou a encarar o trajeto de nossos ancestrais, as mudanças e adaptações de forma diferente.

Eis que após suas viagens a observações de diferentes animais, o espertinho Darwin defendeu a ‘Teoria da Evolução’ considerando o mundo um lugar no qual os organismos lutavam por supremacia e em que apenas o mais apto sobrevivia. Vemos aí as raízes da questão: competição e sobrevivência!

Mas será que podemos considerar essa ‘busca por espaço/sobrevivência’, um ingrediente que compõe uma "Evolução" bem “Natural”? É ... não sei não!!!

Peço licença aos eruditos estudiosos que usariam o respeitado estudo de Darwin para refletir sobre questões maiores e aplico a teoria ao ‘show bizz’. Já faz algum tempo que certas "evoluções" tem me incomodado, principalmente no cenário musical, onde o foco maior deveria ser, obviamente: a música! E não outras coisas, como escândalos e corpos seminus rebolando...

Para ilustrar essa reflexão, proponho uma análise sobre a carreira e as capas de CDs de três cantoras famosas. E acreditem, para aqueles que não concordarem com meu ponto de vista, a escolha da ‘capa de Cd’ como exemplo foi um grande ‘suavizador’ da história, porque tinham imagens infinitamente piores que eu poderia ter usado...

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Primeira personagem: a já ‘senhora’ Mariah Carey. Nascida em 21 de março de 1970, a hoje cantora de 40 anos de idade vem de uma família com forte veia musical. Motivada pelos pais, Mariah sempre quis ser cantora... ou melhor uma ‘superstar’. E tinha tanta convicção que sua meta seria atingida que desde pequena dizia não precisar ir à escola, porque seria famosa (uau!).

Dona de uma voz que atingia tons super altos, ela conquistou o público em 1990 quando seu primeiro álbum bateu 4 vezes o primeiro lugar na Revista Billboard com 4 músicas diferentes! Ela cantava o ‘amor’, suas canções combinavam letras sentimentais e a voz acima da média que todos adoravam e se emocionavam ouvindo.

Mas os tons altos, os agudos estridentes e o romance das canções... cansou o público! E Mariah Carey resolveu mudar!


(Na figura: CD "MTV - Unplugged" de 1992... com o microfone na mão mostrando toda sua potência vocal)

Tudo bem que ela nunca foi o imaculado exemplo das fotos comportadas, mas a transformação entre os anos é incontestável! Me pergunto: será que foi a crise de não ser mais uma jovenzinha? Será que disseram a ela que se ela fosse mais sexy seu trabalho cairia no gosto da geração que estava dominando o cenário musical? Não sei...

Só sei que a mídia comprou a identidade de Mariah e a transformou em algo comercial, que teoricamente renderia mais... Ela gravou músicas com rappers, mudou o estilo, fez vídeos com os cabelos esvoaçantes, decotes super ousados, poses insinuantes e tudo mais que se tem direito...

Hoje não mantendo nem a marca de cantora diva, nem a de ‘sex symbol’, Mariah amarga críticas sobre estar fora do peso e sobre más apresentações, como o fiasco no funeral de Michael Jackson, em que a cantora se justificou dizendo que estava muito emocionada para cantar...

(Na figura: CD "The Remixes" de 2003... o microfone já não tem mais espaço...)

Eu sempre gostei muito mesmo das canções de Mariah Carey, aquelas que você ouve e sente admiração pela voz e pelo conteúdo, mas parece que para se manter nos holofotes ela teve que se 'adaptar', 'evoluir' e deu no que deu!

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Um exemplo clássico e que testemunhei bem de perto, por dialogar intimamente com a minha faixa etária, foi a transição da queridinha ‘princesa do pop’: Britney Spears.

Hoje com 28 anos, a cantora que iniciou sua carreira aos 12 no ingênuo ‘Clube do Mickey’, acumula prêmios, álbuns de sucesso, vídeos marcantes, turnês mundiais e... escândalos... muitos escândalos.

O primeiro fato é que foi gritante a transformação do estilo ‘menininha’ para o estilo ‘super sexy’ de Spears. As coreografias mudaram, as letras mudaram, a postura mudou... assim como, as notícias nos tablóides mudavam a cada semana!

(Na figura: CD "... baby one more time" de 1998 ... ela não parece um anjo?)

Descobrimos enfim, que Britney não cantava tão bem assim... lembro-me da minha decepção assistindo na TV o Rock in Rio em 2001 vendo a cantora desafinar até para falar... talvez, a "evolução" de ‘Brit’ se justifique por isso...

Depois dos problemas com álcool, de agredir jornalistas, quase perder a guarda dos filhos, aparições sem ‘roupa de baixo’, engordar e emagrecer, e o mais importante: músicas com conteúdo fraco e pouca preocupação com o vocal... Britney continua nas paradas, aclamada pela mídia por ter ‘dado a volta por cima’... será?


(Na figura: CD "Circus" de 2009... não tão angelical assim...)

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Enfim, com dor no coração, falo da sensação Miley “Hanna Montana” Cyrus. Com um timbre de voz muito bonito e carisma, muito carisma, a cantora e atriz arrebatou o público infantil com suas músicas singelas e seu seriado de TV. Tudo ia bem! Crianças felizes, mães felizes, família se divertindo com Miley e seus trabalhos até que... aos 15 anos vemos fotos sensuais da mocinha destinadas ao seu namorado circulando na internet.

(Na figura: CD "Breakout" de 2008 ... sorriso de boa menina fazendo pose com microfone.)

Mais uma não!!! Abafado o caso, pensamos que nossa Miley voltaria a ser a queridinha do público infanto-juvenil quando... ah não! Mais fotos!!! Mais fotos clandestinas, e como se não bastasse, um ensaio sensual para a revista ‘Vanity Fair’... espera aí gente! A menina nem é maior de idade ainda! ... Mas ninguém esperou! Miley queria "evoluir"!

Esse ano, lançou seu novo CD intitulado “Can’t be tamed” (Não posso ser domesticada), junto com o single veio o videoclipe: pronto, a transformação estava completa! Sem honrar suas raízes do country music de Nashville - sua cidade natal - e sem valorizar sua bela voz, Miley dançou dentro da gaiola de seu vídeo ao som da música título do CD, e o que a grande mídia fez? Lamentou? Não! A mídia aplaudiu!

(Na figura: CD "Can't be Tamed" de 2010 ... parece que ela tem 17 anos? E cadê o microfone e o sorriso de menina?)

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Entendam que não estou criticando quem gosta da forma "evoluída" dessas cantoras. Como nos disse Darwin, a lei da sobrevivência implica certas mudanças. O que lamento é a perda de identidade, é a necessidade de haver uma massificação de estilo para que o artista seja aceito. Será que perdemos a capacidade do ser ‘eclético’. Em um mundo que quer tanto defender as minorias e lutar contra o preconceito, vejo uma grande contradição em querer padronizar tudo para alcançar aceitação. Existe espaço para diferentes expressões artísticas se formos mais flexíveis! Existem diferentes públicos e preferências!

Preocupo-me com o público que idolatra esses famosos 'transformados para vender'... será que esse público também se transforma assistindo a "evolução" do seu artista querido? Será isso uma "Evolução Natural" ? Será que as crianças que viam em ‘Hanna Montana’ o seu grande exemplo sofreram também uma transformação depois de terem testemunhado toda essa história? Quem foi que inventou esse papo de que para mostrar independência e se auto-afirmar temos que recorrer ao apelo sexual? “Olha, se eu sou sexy! Eu sou livre”!

Darwin mostrou que o homem passou pelo processo evolutivo de animal para ser humano, e o que nos faz 'humano' é a capacidade de refletir, ponderar, pensar e agir conscientemente. E se estamos simplesmente ligados às questões do corpo, do instinto, será que estamos honrando os milhares de anos em que as espécies tiveram que lutar pela "evolução" ?

Não sei... só sei que sinto falta da essência musical, do valor ao talento! Mas as coisas não estão perdidas, é claro que não!!! Para cada 1 exemplo de talento desperdiçado, podemos encontrar 3 ou mais bem utilizados. Nosso trabalho é deixar em esses ‘3 ou mais’ também tenham espaço e não forçá-los e sofrerem uma "Evolução Natural" para conquistarem seu lugar ao sol.


Toda a música que não pinta nada é apenas um ruído. (Jean Alembert)

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

E a música?

♫ The Hills are alive with the sound of music / With songs they have sung for a thousand years / The hills fill my heart with the sound of music / My heart wants to sing every song it hears ♪
Às vezes acho que ainda não compuseram a música que preciso ouvir. Geralmente tenho esse sentimento quando penso em algo importante. Vou tentar explicar... na verdade cada dia que passa me convenço mais sobre o poder que a música tem sobre a vida das pessoas... ou é só comigo? ¬¬

A melodia, a letra, a mensagem, o sentimento, a dinâmica... tudo é construído para despertar algo naquele que ouve, ou que toca, ou que canta. Como diria Pierre Beaumarchais “Tudo acaba em canções”, e não só acaba, como começa, continua, cria e recria.

Tem música que te faz lembrar lugares, pessoas, cheiros, sensações e tudo mais que há para sentir. Porém, o que me intriga mais é a música que te faz lembrar do que ainda não aconteceu. Estranho não? Também acho, mas algumas canções me trazem essa sensação, é como um movimento dos sentidos em relação ao que existe e ao que pode um dia existir.

Victor Hugo tem umas reflexões interessantes sobre a música, ele realmente foi uma pessoa inspirada, para ter criado “Os Miseráveis” e tudo mais... mas, esse não é o foco! Como ele um dia disse: “A música é o verbo do futuro”... Eu sonho ouvindo música, e às vezes parece tão real, que dá até uma tristeza quando o efeito acaba.

Ouço música também para manter os pés no chão. Tem aquela uma, aquela certa canção que sempre te faz pensar no que você não pode mais fazer, ela te aconselha da maneira mais profunda, sutil e sublime possível.. Enfim, V. Hugo disse: “A música é o barulho que pensa”, e como pensa! Pensa tanto que nos faz ir até o íntimo do nosso ser e traz a tona todo tipo de sensação.

Quem nunca falou um dia na vida: “Essa é minha música!”... acho que todo mundo. A música cria esse laço de identificação entre o sentimento do artista e o sentimento do ouvinte. Por essa e tantas outras é que meu respeito por essa arte é enorme... E mais uma de Victor Hugo: “A música está em tudo. Do mundo sai um hino”.

Quando nasceu a música? Qual sua origem? Ninguém sabe ao certo, mas segue uma definição: Música é uma palavra do grego - vem de musiké téchne, que quer dizer a arte das musas - e se constitui, basicamente, de uma sucessão de sons, entremeados por curtos períodos de silêncio, organizada ao longo de um determinado tempo. Há vestígios de manifestações musicais na pré-história, mais ou menos 60.000 anos A.C. Pensa bem!? Isso só me faz pensar que o homem tem necessidade de música, é uma condição básica de sobrevivência...

A música pode ser o exemplo único do que poderia ter sido - se não tivesse havido a invenção da linguagem, a formação das palavras, a análise das ideias - a comunicação das almas. (Marcel Proust)

Tudo bem, talvez eu esteja exagerando, tem gente que nem gosta tanto assim de música, se bem que não conheço muitos desse tipo rs. O ponto é: como pode essa combinação de sons instrumentais e vocais mexer tanto com diferentes áreas de nossa vida? Tem música para tudo! Para rir, chorar, dançar, rezar, pensar, gritar, enlouquecer, extravasar, acalmar...

Mas hoje quero só ouvir, sentir e talvez até chegar a alguma conclusão. Porque além de tudo já destacado acima, a música tem esse poder de dialogar com quem ouve. Quem sabe você e eu não encontremos uma resposta para nossos anseios e conflitos numa canção que por acaso ouçamos hoje? Pode ser... mas termino como comecei, dizendo que parece que ainda não compuseram a música que eu preciso ouvir...


Sem música a vida seria um erro. (Friedrich Nietzsche)

domingo, 29 de agosto de 2010

O Aniversário

Imaginei como explicaria o que é o aniversário a um bebê que hoje completasse um ano de idade... Sei que é estranho, mas já que vou imaginar, o nome dele é John, e apesar de estar completando um aninho, ele pode entender tudo o que eu digo rs ... vamos lá...

Oi! Acredito que hoje você está sentindo algo muito bom e o nome disso é alegria! A partir de agora, todos os anos nessa mesma data provavelmente você receberá carinho, abraços, beijos, presentes... As pessoas vão celebrar a sua vida e tente sempre encarar esse dia como uma grande oportunidade de ser ainda mais feliz, independente de como você estiver ou quem estiver ou não com você.

Tire muitas fotos! Cada ano que passar será mais divertido comparar como as pessoas mudaram e como você mudou... E será lindo ver alguns rostos e sorrisos que se repetem, que estão lá todos os anos, se alegrando por você existir.


No seu íntimo, no seu coração, agradeça! Agradeça o tempo todo! Agradeça por tudo na sua vida. Agradeça por ‘tudo’ que faz o ‘todo’ ter sentido! Agradeça porque as pessoas querem comemorar sua vida, sinta-se grato porque de alguma forma você marcou as pessoas e elas querem celebrar a sua importância para elas.

Viva! Coma e beba! Cante! Sorria! Dance! Abrace! Converse! Sinta! Emocione-se! Demonstre também, satisfação por sua vida! Seja positivo. Extraia do seu coração tudo aquilo que é bom, que te preenche e transmita isso a tudo e todos que estiverem ao seu redor.

Não sei qual será sua ‘tradição’ para essa data, se você irá ver as pessoas que ama. Se você dará uma festa. Se receberá recados e mensagens por carta, cartões, ou internet. Se falará ao telefone com as pessoas. Se irá sair com sua família, ou com uma pessoa amada, ou com os amigos. Se você simplesmente ficará na sua casa. Se irá visitar as pessoas, ou lugares diferentes. Se irá almoçar ou jantar fora ... etc, etc, etc... As possibilidades são infinitas! Mas quando acabar toda a agitação, tire um tempo para pensar em você! Em quem você é no hoje, em quem você foi e em quem você gostaria de ser.

Seu aniversário é um marco que permite pensar no dia em que você chegou nesse mundo, e que você possa também, refletir sobre como tem sido sua vida e o que você precisa mudar. Seja sincero com você mesmo, saiba olhar para si e saber que por mais “legalzinho” que você seja, sempre há espaço para aprender, crescer, melhorar... Esteja aberto!

Faça propósitos e se esforce para cumpri-los. Que os aniversários somem muito mais que ‘anos’, mas que somem também, sabedoria, bondade, verdade, experiência e felicidade!

Olhe ao seu redor e perceba o Amor nas pequenas coisas, perceba como sua história pode somar e completar a história do mundo e das pessoas... isso se você souber viver! E o que é saber viver? Bom, infelizmente não tenho a resposta, para cada um funciona de uma forma! Mas comece amando, respeitando e lutando por sua vida da maneira mais pura e bonita que você puder. A vida merece respeito e as pessoas que te amam merecem o melhor de você!

Agora, John, curta seu aniversário cada vez mais a cada ano! E Parabéns =)

Mais uma coisa ...

♫ "Don't stop this train / Don't for a minute change the place you're in / Don't think I couldn't ever understand / I tried my hand / John, honestly we'll never stop this train" ♫
John Mayer – Stop This Train

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Karol - Um homem que se tornou Papa

Ontem tive a maravilhosa oportunidade de assistir ao filme que dá nome a este post. E aproveito para agradecer aquela que me emprestou esse filme e insistiu para que eu assistisse – Rafa! ♥


Como é bom ter um sinal que a bondade, a força de espírito e o Amor realmente podem realizar muito, mesmo que o mundo não pareça interessado. Posso dizer que ontem, Karol Wojtyla me fez uma pessoa mais feliz! Sou grata a ele por ser exemplo, ser testemunho do Amor de Deus!


Seguem algumas das reflexões de nosso querido Papa João Paulo II, antes mesmo de seu pontificado. Isso é o que mais me impressiona, uma vida i-n-t-e-i-r-a de sabedoria e superação! Espero que essas palavras sejam para você um carinho para a alma e motivação para a vida, assim como foram para mim!


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“Decepções, perseguições, violência. Estão tentando nos machucar, não querem nos ver sorrir. Você não pode deixar que roubem sua força, seus sonhos, seu amor, nunca! Lembre-se disso! Você vê? Estou falando com você sobre Deus, sem mencionar Seu nome”.


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“Vocês precisam acreditar na força da esperança. Confiem no Amor que é mais forte que a morte. Tenham fé, não percam a esperança. Não fiquem desencorajados. Nunca percam a liberdade de espírito com que Cristo libertou os homens”.


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“Ninguém deve ser forçado a crer. A causa da liberdade de espírito, liberdade de consciência e religião é uma grande causa humana para o homem moderno e durante toda a história. Não basta dizer: “eu sou livre”, devemos aprender a dizer “sou responsável”. Gostaria de começar um diálogo entre a Igreja e o ateísmo. Não devíamos começar por provar a existência de Deus, mas por refletir sobre a solidão profunda do homem”.


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“Um padre é alguém que liga os mistérios da fé a dádivas invisíveis destinadas à humanidade. Minha definição de padre: Um homem pelos outros”.


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“Não há nada mais misterioso que o Amor. Temos uma necessidade desesperada de Amor. A diferença entre o que queremos e como vivemos é terrível. O amor não pode ser ensinado, mas temos que aprender sobre ele. Uma coisa é certa. O Amor e a sexualidade são elos importantes entre a mente e a natureza. Mas o Amor também é responsabilidade. Quando um homem e uma mulher são unidos por Amor verdadeiro, um assume o destino e o futuro do outro como se fosse o seu. Isso pode trazer sofrimento, mas é a única forma real de Amor. Não é um jogo”!


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“O Amor explicou cada coisa, o Amor resolveu tudo para mim. É por isso que eu admiro o Amor onde quer que se encontre. Se o Amor é tão bom e tão simples, se sentimos saudades e nostalgia, então eu entendo por que Deus aprecia as pessoas simples, cujos corações são puros, mas não sabem expressar o Amor. Deus veio de longe e Ele parou a um passo do vazio, perto de nossos olhos. Talvez a vida seja uma onda de surpresas, uma onda maior do que a morte. Não tenham medo! Nunca”!


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Louvado seja Deus pelo legado de Karol Wojtyla –

O Papa João Paulo II


terça-feira, 3 de agosto de 2010

O que realmente importa?

Nossa vida nem sempre tem o equilíbrio e as prioridades que deveriam ter. Nossos sonhos e projetos de hoje podem ser totalmente diferentes do que imaginávamos alguns anos atrás.
O mundo está em constante mudança, assim como nós estamos em constante mudança. E cá entre nós, como é difícil ter certeza do que realmente deve importar e perdurar durante todo esse processo.
“Nada é tão difícil, e, porém tão precioso, do que ser capaz de decidir”, disse Napoleão Bonaparte, e eu concordo! De tempos em tempos sentimos que é hora de avaliar, ponderar, limpar a nossa ‘casa’. A ação de olhar para si mesmo, redescobrir-se, constatar o que deve ficar e o que deve ser melhorado ou descartado pode ser bem dolorosa, mas vale lembrar, que também é preciosa!
Essa pergunta: o que realmente importa? – pode até incomodar, mas a boa notícia é que a paz e o alívio de encontrar uma resposta, mesmo que incompleta, é enorme. Afinal, o que constitui sua vida? Pelo que você lutaria até o fim? O que realmente importa?
É sua família? Sua carreira? Alguém que você ama? Suas crenças? Sua fé? Ocupar todo seu tempo? Não fazer nada o tempo todo? Constituir uma família? Comprar uma casa e um carro? Ter dinheiro? Viajar? Suprir suas carências a qualquer custo? Ter status? Ser reconhecido? Manter uma boa imagem? Realizar seus projetos e sonhos? Colaborar? Ter? Mostrar?
Tudo isso é muito pessoal, mas acredito que mesmo que se tenha consciência do que “importa”, isso não é, a meu ver, uma verdade imutável ou absoluta, mas a verdade do “hoje” e de algum tempo futuro.
No caminho de perseguir o que importa, acabamos levando coisas que vimos no trajeto e achamos interessantes e bonitas... até que nossa ‘casa’ fica cheia e bagunçada, e é hora de organizar tudo de novo.
Mudar o rumo, as prioridades, suas verdades. Claro que algumas verdades não mudam com o tempo e que bom que isso acontece, creio que encontramos aí, a nossa “essência”. Mas como “nem só de essência viverá o homem”, seguimos nossa busca por nossos ‘complementos’, nossa peregrinação... reinventando, redescobrindo, recalculando, experimentando, acertando e errando... querendo mais!
~> Nisso tudo faço minha prece pessoal:
Que as experiências ruins não criem barreiras para as boas que hão de vir. Que a vontade de realizar, NUNCA ultrapasse o respeito pelo outro. Que a memória exista, para que o passado ensine. Que haja novos sonhos, para não parar o caminhar. Que os projetos não deixem o ser fechar-se em si mesmo, mas que o ser cresça ao dividir-se. Que o que realmente importa seja tratado com amor, respeito e verdade!
Que o ser não se engane, não se traia, nem se perca, subjugando aquilo que realmente importava.