A sala de aula toca muito minha história de vida. Sempre gostei da escola. Fui professora por alguns anos. Esse ambiente sempre foi querido para mim. Na escola, teoricamente, você entra de um maneira e sai mais enriquecido, a cada dia uma novidade te espera, te encontra, te toca. Muitos dos valores do ser humano são construídos dentro de uma sala de aula, ou deveria ser assim. Por ser processo, a beleza do que acontece nesse lugar, é contemplada em períodos curtos ou longos, envolvendo diferentes áreas do conhecimento. Lá você também se encontra com o outro, e tem a chance de se relacionar com os mais variados tipos de pessoas.
Nos últimos meses as escolas estão fechadas por causa da situação pandêmica em que estamos inseridos, a solução temporária adotada pelas escolas e universidades foi o ensino online, que no Brasil, é inacessível para muita gente pela falta de condições de equipamento e internet. Realmente uma tristeza! Além disso, teve até um ciclone destruindo instituições de ensino no sul do país recentemente! Porém, acredito que não são essas as maiores ameaças contra o poderoso processo de aprendizagem. O que mais deveria nos preocupar é que o potencial de transformação pessoal e social que este lugar oferece está sendo mitigado, pouco desenvolvido.
De quem é a culpa? Não tenho a intenção de apontar ninguém aqui. Quero somente comentar alguns aspectos desses filmes que me emocionaram e me fizeram pensar no quanto seria fantástico se essas intervenções acontecessem realmente, e com mais frequencia.
Escritores da Liberdade e Mentes Perigosas tratam, por exemplo, da relação entre os alunos. A transformação que a educação gera ali é de tolerância, de menos preconceito com o outro. O professor, como um mediador e facilitador de um processo reflexivo, contribui para que aquelas pessoas que nutrem uma aversão umas pelas outras, encontrem um caminho de diálogo. Os problemas entre os alunos são por motivos diversos, mas independente das razões para o ódio, é proposta uma razão para a fraternidade. Esse novo modo de ver o outro beneficia a todos, cria um ambiente agradável em que os personagens sentem-se mais seguros para ser quem são e para buscar melhores condições de vida.
Em A Corrente do bem, um menino leva tão a sério o projeto proposto pelo professor de ter uma ideia para mudar o mundo que coisas extraordinárias começam a acontecer, principalmente com os que estão mais próximos dele. A confiança de Trevor acaba movendo o comovendo sua mãe, seu professor, um rapaz que mora na rua, e por meio deles, um contágio de gestos de bondade com o outro se espalha!
Mudança de Hábito 2 trata mais especificamente da contribuição que a música pode trazer como via para o aumento da auto estima dos alunos e crescimento do interesse em aprender e se desenvolver. Aqueles jovens que não acreditavam em si e que corriam o risco de não ter mais um lugar para estudar, ganham um novo sentido a partir do reconhecimento de suas capacidades e envolvimento com a tentativa de manter a escola aberta.
1. Sociedade dos Poetas Mortos (Dead Poets Society) – 1989
Direção: Peter Weir
Em 1959 na Welton Academy, uma tradicional escola preparatória, um ex-aluno (Robin Williams) se torna o novo professor de literatura, mas logo seus métodos de incentivar os alunos a pensarem por si mesmos cria um choque com a ortodoxa direção do colégio, principalmente quando ele fala aos seus alunos sobre a "Sociedade dos Poetas Mortos".
2. Mudança de Hábito 2: Mais Confusões no Convento (Sister
Act 2: Back in the Habit) – 1993
Direção: Bill Duke
Deloris Van Cartier (Whoopi Goldberg) agora é uma cantora famosa e retorna a São Francisco para ajudar suas amigas freiras. Sua missão é dar aulas de música para adolescentes rebeldes que estudam em um colégio barra-pesada da vizinhança. Para piorar, o local corre o risco de ser fechado.
3. Mentes Perigosas (Dangerous Minds) – 1995
Direção: John N. Smith
Uma ex-oficial da marinha abandona a vida militar para ser professora de inglês. Só que logo na primeira escola em que começa a lecionar, ela vai se deparar com diversas barreiras. Sendo um colégio de negros, latinos, e na maioria de pessoas pobres, ela terá que lidar com a rebeldia dos alunos. Como a professora Louanne Johnson não consegue através de métodos convencionais a atenção da sua classe, ela parte para outra forma de ensino. Passa a dar aulas com karatê e músicas de Bob Dylan, tentando ajudar a turma através de métodos pouco convencionais.
4. A Corrente do Bem (Pay It Forward) – 2000
Direção: Mimi Leder
Eugene Simonet (Kevin Spacey), um professor de Estudos Sociais, faz um desafio aos seus alunos em uma de suas aulas: que eles criem algo que possa mudar o mundo. Trevor McKinney (Haley Joel Osment), um de seus alunos e incentivado pelo desafio do professor, cria um novo jogo, chamado "pay it forward", em que a cada favor que recebe você retribui a três outras pessoas. Surpreendentemente, a idéia funciona, ajudando o próprio Eugene a se desvencilhar de segredos do passado e também a mãe de Trevor, Arlene (Helen Hunt), a encontrar um novo sentido em sua vida.
5. O Sorriso de Mona Lisa (Mona Lisa Smile) – 2003
Direção: Mike Newell
Katharine Watson (Julia Roberts) é uma recém-graduada professora que consegue emprego no conceituado colégio Wellesley, para lecionar aulas de História da Arte. Incomodada com o conservadorismo da sociedade e do próprio colégio em que trabalha, Katharine decide lutar contra estas normas e acaba inspirando suas alunas a enfrentarem os desafios da vida.
6. Escritores da Liberdade (Freedom Writers) – 2007
Direção: Richard LaGravenese